A escolha do consumidor em 2023, segundo a Global Consumer Insights Pulse Survey

Em um ambiente competitivo em constante evolução, as empresas enfrentam o desafio de estabelecer conexões significativas com os consumidores desde o início da jornada de compra, enquanto desenvolvem estratégias eficazes para influenciar o momento crítico de decisão. Segundo os dados da Global Consumer Insights Pulse Survey, realizada em setembro de 2023 e envolvendo a participação de 8.975 consumidores de 25 países e territórios, empresas em busca de vantagens competitivas devem adotar uma abordagem que empodere os consumidores com as ferramentas, informações, tecnologia e suporte necessários para que tomem decisões informadas.

A preferência pelo comércio eletrônico cresce no Brasil e no mundo

De acordo com a pesquisa, 69% dos consumidores brasileiros planejam aumentar suas compras online nos próximos seis meses, em comparação com a média global de 50%. Além disso, 63% dos brasileiros consideram a pesquisa online como a principal fonte de informações antes de efetuar uma compra, em comparação com 54% globalmente. Um dado interessante é que 62% dos consumidores brasileiros relatam ter comprado produtos diretamente dos sites das marcas, em comparação com 63% em âmbito mundial.

Além disso, os consumidores estão cada vez mais inclinados a comprar diretamente das marcas, evitando intermediários tradicionais e marketplaces. No Brasil, 62% dos consumidores afirmam ter comprado produtos diretamente dos sites das marcas, enquanto 35% consideram essa opção. A expectativa é que essa tendência continue crescendo.

Os consumidores também estão revendo seus padrões de interação com as marcas, e cerca de 10% dos assinantes brasileiros em quatro categorias principais – roupas/moda, entrega de mantimentos, produtos/suplementos de saúde e cosméticos – já cancelaram assinaturas no passado (aproximadamente 12% globalmente). A pesquisa destaca que a economia é o principal motivo para os brasileiros (51%), enquanto a conveniência lidera a lista global (51%). O cancelamento é mais influenciado pela falta de adequação ao estilo de vida do consumidor no Brasil (34%) e pela desnecessidade ou preços altos globalmente (39%).

A tecnologia na busca por informações

Os consumidores estão cada vez mais familiarizados com a tecnologia e adotam um processo bem definido ao decidir realizar uma compra. Começando com uma pesquisa online para obter informações sobre produtos ou serviços específicos, comparar preços, ler avaliações e explorar opções de varejistas, eles buscam uma experiência descomplicada e eficiente.

Na pesquisa, 63% dos brasileiros indicaram preferir mecanismos de busca como fonte de informações, enquanto 46% optam por visitar sites de varejistas individuais. Além disso, 21% recorrem a sites de comparação de preços. Não obstante, é importante notar que, no cenário atual, as redes sociais desempenham um papel significativo na tomada de decisão, especialmente entre a geração Z.

Os consumidores brasileiros demonstram uma tendência ainda maior do que a média global no uso de dispositivos móveis para pesquisar produtos e consultar informações durante o processo de compra. Cerca de 51% dos brasileiros utilizam seus smartphones enquanto fazem compras em lojas físicas para comparar produtos e acessar informações online. Além disso, 46% fazem o mesmo quando estão diante de um produto, comparando preços em outros varejistas ou sites concorrentes.

Os profissionais de marketing e varejistas têm ampliado seu uso das redes sociais, afetando a forma como os consumidores tomam decisões. As publicidades e promoções direcionadas capturam a atenção de 32% dos brasileiros, em comparação com 31% globalmente. Esse percentual aumenta para 43% entre os participantes da geração Z.

Além disso, a pesquisa destaca que cerca de 29% dos brasileiros (e 35% globalmente) ainda têm suas decisões de compra influenciadas por anúncios na TV tradicional, especialmente entre os baby boomers. Esse dado sugere um potencial crescimento na publicidade em plataformas de streaming direcionadas a esse público, à medida que adotam a mídia digital.

O papel emergente do Metaverso e da inteligência artificial generativa

Uma plataforma que promete aumentar a visibilidade de marcas e produtos é o metaverso, apesar de ainda não ser amplamente conhecido. No Brasil, a parcela de participantes que nunca ouviram falar do metaverso ou que têm conhecimento, mas nunca o utilizaram, caiu de 49% para 40%. Globalmente, essa queda foi de 51% para 44%.

Os varejistas de comércio eletrônico têm a oportunidade de transformar a forma como os consumidores pesquisam, avaliam e tomam decisões de compra por meio de ferramentas de inteligência artificial generativa. Atualmente, apenas 3% dos brasileiros (e 4% globalmente) interagem com chatbots para pesquisar produtos, mas esse número tende a crescer significativamente com a expansão dessas plataformas. Metade dos brasileiros (50%) está interessada em usar chatbots para obter informações sobre produtos antes de tomar decisões de compra, em comparação com 44% no mundo.

A pesquisa identificou quatro grupos de consumidores com base no uso de tecnologia:

Adeptos da tecnologia (21% no Brasil, 17% no mundo).

Entusiastas da tecnologia (37% no Brasil, 31% no mundo).

Tolerantes com a tecnologia (28% no Brasil, 31% no mundo).

Resistentes à tecnologia (13% no Brasil, 22% no mundo).

Quais foram e são as tendências de compra dos consumidores?

O cenário do comércio eletrônico está em constante evolução, com aumento da competição e uma redução nas compras não essenciais. Segundo a pesquisa da Global Consumer Insights Pulse Survey, 70% dos brasileiros (em comparação com 50% mundialmente) planejam aumentar suas compras online nos próximos seis meses, marcando um aumento significativo em relação aos 50% da pesquisa anterior (43% globalmente). Esta mudança está alinhada com a preferência por varejistas que oferecem serviços de entrega eficientes, uma preocupação constante no comércio eletrônico, e a crescente adoção de opções de compra online com retirada na loja (click-and-collect). Ao mesmo tempo, 42% dos brasileiros (em comparação com 50% globalmente) pretendem continuar fazendo compras em lojas físicas, confirmando a tendência emergente do consumidor “phygital” mencionada na pesquisa anterior.

A intenção de gastos dos consumidores em categorias específicas de produtos, como roupas, beleza ou artigos de luxo, está em ascensão. Por exemplo, 36% dos brasileiros esperam gastar mais em alimentos, em comparação com 29% na pesquisa anterior. Globalmente, esses números são de 46% e 42%, respectivamente. No que diz respeito às compras menos essenciais, houve um aumento notável na disposição dos consumidores em gastar mais, especialmente em categorias como artigos de luxo ou design, que passou de 17% para 22% no Brasil (16% para 22% globalmente). Isso sugere uma inclinação do consumidor para adquirir itens desejados, mesmo que não sejam estritamente necessários.

Além disso, 44% dos brasileiros (em comparação com 34% globalmente) planejam gastar mais em roupas e produtos de beleza/saúde, representando um aumento em relação aos 31% e 32% registrados para essas categorias na pesquisa anterior (27% e 25% globalmente).

As viagens domésticas e internacionais continuarão a impulsionar os gastos dos consumidores, com 41% dos brasileiros planejando aumentar seus gastos, em comparação com 28% na pesquisa anterior (40% e 27% globalmente, respectivamente). Esta tendência é evidenciada pelo fenômeno das “revenge travels” – viagens de vingança – que ainda estão em alta, como indicado pelo aumento de receitas e oportunidades de emprego relatados pelos setores aéreo e hoteleiro.

Com estratégias eficazes, as organizações de consumo podem influenciar os momentos cruciais em que os clientes tomam decisões de compra. Aspectos como otimização de mecanismos de busca (SEO) e canais de venda direta ao consumidor (D2C), juntamente com investimentos em tecnologia de ponta para melhorar o acesso às informações, são cruciais para atrair a atenção do consumidor e impulsionar as vendas. Ao compreender e capitalizar essas oportunidades, as empresas podem guiar os consumidores na escolha de seus produtos ou serviços. 

Fonte: Global Consumer Insights Pulse Survey. Setembro, 2023.

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